domingo, 8 de janeiro de 2017

HYLDON - DEUS, A NATUREZA E A MÚSICA (1976 - Polydor /2002 - Universal Music)



Biografia: http://hyldon.com.br/imprensa/biografia/

01 - Deus, a natureza e a música (Jacks Wu)
02 - Estrada errada (Hyldon)
03 - Primeira pessoa do singular (Hyldon - Caetano Veloso)
04 - Homem Pássaro (Alex Malheiros - Hyldon)
05 - Morte doce (Hyldon)
06 - Pra todo mundo ficar ouvindo (Hyldon)
07 - Adoração (Hyldon)
08 - Cor de maçã (Hyldon)
09 - Búzios (Hyldon)
10 - Sheila Guarany (Hyldon)
       O cotidiano (Parte I)
       Sheila Guarany nas estórias de Alice Maravilhosa (Parte II)
       A realidade (Parte III)
11 - O boiadeiro (Hyldon)
12 - Pra dizer adeus (Edu Lobo - Torquato Neto)

FAIXAS BÔNUS (2002)

13 - Taxi pra Bahia (Hyldon)
14 - Palavras de amor ao vento (Hyldon)
15 - Pelas ruas de Los Angeles (Hyldon)





Deus, a natureza e a música, o segundo vinil de Hyldon (1976), é mais um daqueles casos de "disco secreto", lançado para cumprir contrato e sem divulgação. Hyldon, um dos três principais nomes do soul nacional (ao lado de Tim Maia e Cassiano), vinha de um sucesso estrondoso com o hit-single "Na rua, na chuva, na fazenda" e havia lançado um LP que, se não teve um grande sucesso, pelo menos projetou o nome do cara. Em briga com a gravadora após vários problemas no lançamento do primeiro disco - que quase não foi lançado porque a diretoria queria um LP com várias covers - Hyldon passava por problemas pessoais, desejava dar uma nova orientação a seu som e inovava fazendo um disco que era praticamente de soul radical. O romantismo de Na rua, na chuva... era mantido, só que misturado a algumas experimentações e a uma ambientação sonora bem mais elaborada e chique do que no primeiro LP. O resultado foi que, em 1976, apenas 5000 cópias foram prensadas e vendidas, sem alarde.


Correndo por fora das tradicionais séries de relançamentos (Brasil de A a Z, Samba Soul, 100 anos disso e daquilo), Hyldon resolveu reeditar seu segundo disco, só que a seu modo: o exigente soulman entrou em estúdio e, além de remasterizar as músicas, regravou todos os vocais - que ele julgava malfeitos - e mexeu em várias partes instrumentais, com o auxílio de alguns músicos participantes das sessões originais. Mesmo os puristas hão de concordar que ficou bem melhor, e o resultado é audível a partir da faixa-título, que abre o disco num clima quase gospel. O upgrade vocal melhorou bastante músicas que já eram quase perfeitas, como "Estrada errada" (uma alegre e comovente pré-disco, que poderia ter gerado mais um hit para Hyldon), "Homem pássaro" (jazz-soul aéreo, com Márcio Montarroyos fazendo wah-wah no trompete), "Pra todo mundo ficar sabendo" e a romântica e bela "Cor de maçã".


Adiantando em duas décadas o trabalho de artistas como Jair Oliveira e Max de Castro, Hyldon enxergou conexões entre o soul e o nordeste em "O boiadeiro" e "Morte doce", fez uma versão black de "Pra dizer adeus", de Edu Lobo (com o auxílio de Cristóvão Bastos, hoje um requisitado arranjador de MPB)... Mas as músicas que mais chamam a atenção no disco são a única parceria de Hyldon com Caetano Veloso, "Primeira pessoa do singular" (um samba-rock que ganhou um grande acento jazz graças ao flugelhorn de Paulinho Trompete), a bela "Búzios" (uma espécie de soul progressivo, com várias partes) e a curiosa "Sheila Guarany", uma ópera-rock girando em torno de uma figurinha bem peculiar. Hyldon, que havia recrutado para a gravação original de Deus, a natureza e a música um verdadeiro dream team (o pessoal do Azymuth, da banda Black Rio, Márcio Montarroyos, Carlos Dafé, Tony Bizarro, Robson Jorge, etc), conseguiu fazer, secretamente, um das maiores obras-primas da música brasileira.


Além das músicas originais do disco, o CD inclui três faixas bônus tiradas da fita master de Na rua, na chuva... e que haviam saído na coletânea Velhos camaradas 2, lançada em 2001 pela Universal (também quase secretamente, aliás). "Táxi pra Bahia" é uma das melhores definições do som de Hyldon: soul com a cabeça nos ritmos norte-americanos e os pés nas raízes nordestinas. "Palavras de amor ao vento", um samba-soul, fora gravada por Hyldon com outro nome no disco Nossa história de amor (CBS, 1977). E "Pelas ruas de Los Angeles", uma das melhores músicas do cantor, é um roquenrol negro que também poderia virar hit, mesmo que tardiamente. Hyldon é soul brasileiro como quase não se faz mais, desprovido de qualquer compromisso com modas, eletronices ou emepebismos.


(Texto de Ricardo Schott, publicado no site discotecabasica.com.)




FICHA TÉCNICA DO CD

1 – Deus, a natureza e a música 

Arranjo, Concepção e Violão – Hyldon
Arranjo de Base – Cristovão Bastos
Piano acústico – Robson Jorge (Jorginho Urubu)
Caixa mid – Pedro Braconot
Saxofone tenor – Oberdan Magalhães
Flautas – Celso e Jorginho
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Hermes, Chacal e Ariovaldo
Orquestra de Cordas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Regência – Maestro Waltel Branco
Vocais – Carlos Dafé, Luís Carlos, Fernando Adour e Jamil Joanes


2 – Estrada errada

Arranjo, Clavinet mid e Guitarra – Hyldon
Piano Fender Rhodes – José Roberto Bertrami
Órgão Hammond – Robson Jorge
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Hermes, Chacal e Ariovaldo
Flautim – Jorginho
Flauta – Celso
Sax-tenor - Oberdan Magalhães
Trumpete – Marcio Montarroyos
Trombone – Maciel
Vocais – Solange, Angela, Fernando, Luís Carlos, Jamil Joanes e
Carlos Dafé
Participação vocal especial: Almir Moreno


3 – Primeira pessoa do singular

Arranjo e Violão – Hyldon
Flugel Horn – Paulinho Trumpete
Piano elétrico Fender – Robson Jorge
Piano, sintetizadores e Cordas – Artur Borba (Tutuca)
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Chacal e Ariovaldo
Vocais – Solange Rosa, Angela, Fernando Adour, Jorginho
Urubu, Carlos Dafé e Jamil Joanes  


4 - Homem pássaro

Arranjo – Hyldon e Alex Malheiros
Participação vocal especial – Zoé Medina
Trumpetes – Marcio Montarroyos
Baixo – Hyldon
Guitarra – Alex Malheiros
Piano Fender Rhodes – Robson Jorge
Órgão Hammond e Arp-string – José Roberto Bertrami
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Ariovaldo, Alex Malheiros, Bertrami e Hyldon


5 - Morte doce

Arranjo e violão – Hyldon
Piano Fender Rhodes – Cristovão Bastos
Órgão Hammond – Robson Jorge
Bateria – Hyldon
Percussão – Hermes, Ariovaldo e Chacal


6 - Pra todo mundo ficar sabendo

Arranjo de base – Hyldon
Arranjo de sopro – Cristovão Bastos
Regência – Waltel Branco
Guitarra e Moog – Hyldon
Baixo – Alex Malheiros
Arp String, Órgão Hammond e Piano Fender – José Roberto
Bertrami
Bateria – Ivan Miguel (Mamão)
Congas – Ariovaldo
Trumpete – Marcio Montarroyos
Trombone – Maciel
Sax-tenor – Oberdan Magalhães


7 - Adoração

Vocais – Hyldon e Solange Rosa
Violão – Hyldon


8 - Cor de maçã

Arranjo de base – Hyldon
Arranjo de cordas – Cristovão Bastos
Guitarra – Hyldon
Baixo – Alex Malheiros
Piano acústico, Órgão Hammond – Robson Jorge
Orquestra de Cordas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Regência – Waltel Branco
Vocais – Solange Rosa, Angela, Fernando Adour, Carlos Dafé,
Jamil Joanes e Luís Carlos Santos


9 - Búzios

Arranjo e Violão de aço – Hyldon
Flauta – Oberdan Magalhães
Piano acústico e Órgão Hammond – Robson Jorge
Moog – José Roberto Bertrami
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Hermes, Ariovaldo e Chacal
Vocais – Lucinha Lins, Angela e Malu


10 - Sheila Guarany
       O Cotidiano (Parte I)/As aventuras de
       Sheila Guarany nas estórias de Alice
       Maravilhosa (Parte II)/A realidade (Parte III)

Arranjo e Guitarra base – Hyldon
Guitarra solo – Claudio Stevenson
Baixo – Rubão Sabino
Piano Fender Rhodes – Cristóvão Bastos
Clavinet – Carlos Dafé
Bateria – Luís Carlos
Tímpanos – Ribeiro
Trumpete – Marcio Montarroyos
Trombone – Maciel
Sax-tenor – Oberdan Magalhães
Vocais – Solange Rosa, Angela, Fernando Adour,
Carlos Dafé, Luís Carlos e Jamil Joanes


11 - O boiadeiro

Arranjo, Guitarra base e Sanfona – Hyldon
Guitarra solo – Cláudio Stevenson
Baixo – Alex Malheiros
Piano Fender Rhodes – Cristovão Bastos
Órgão Hammond – Carlos Dafé
Bateria – Luís Carlos
Percussão – Hermes, Ariovaldo e Chacal
Vocais – Hyldon e Almir Moreno


12 - Pra dizer adeus

Arranjo de base e Guitarra base – Hyldon
Arranjo de cordas e Piano Fender Rhodes – Cristovão Bastos
Sax-tenor – Oberdan Magalhães
Baixo – Rubão Sabino
Guitarra – Claudio Stevenson
Órgão Hammond – Carlos Dafé
Bateria – Luís Carlos
Orquestra de Cordas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Regência – Waltel Branco


Bonus Tracks:
13 - Táxi pra Bahia

Arranjo de base e Guitarra – Hyldon
Piano Mid – Artur Borba (Tutuca)
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão – Chacal e Mamão
Vocais 1 – Fernando Adour, Regina Correa, Evinha, Tony
Bizarro, Jussara, Jurema, Zoé Medina, Aragão, Thiago, 
Marquinhos e Marquinhos R&B
Metais – Waldir Arouca, Milton, Formiga, Hamilton, Maciel,
Barreto, João Luís, Silvio, Bogado, Zé Bodega, Geraldo,
Maurílio e Gerônimo
Arranjo de orquestra – Waldir Arouca
Orquestra de Cordas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro
Regência – Maestro Mário Tavares


14 - Palavras de amor ao vento

Arranjo e Violões – Hyldon
Piano e Orquestra – Artur Borba (Tutuca)
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Percussão e Efeitos – Chacal e Mamão
Vocais – Tony Bizarro, Fernando Adour, Robson Jorge,
Jussara, Jurema, Regina Correa, Evinha, Paul Smith
Participação especial – Sheila Wilkirson
Sax-alto – Zé Canuto


15 - Pelas ruas de Los Angeles

Arranjo de base e Guitarra base – Hyldon
Arranjo de metais – Waldir Arouca
Guitarra solo – André de Mello
Baixo – Alex Malheiros
Bateria – Ivan Conti (Mamão)
Piano Fender Rhodes – José Roberto Bertrami
Guitarra Mid – Pedro Braconot
Órgão Roland – Artur Borba
Percussão – Chacal e Mamão
Metais – Waldir Arouca, Hamilton, Maurílio, Formiga, 
Maciel, Barreto, Silvio, Bogado e Zé Bodega
Vocais – Evinha, Regina Correa, Tony Bizarro, Fernando
Adour, Robson Jorge, Jussara e Jurema


Ficha Técnica
Produção fase 1 – faixas 1 a 12 (Ano 1976)
Direção musical – Hyldon
Produção – Guti
Estúdio de gravação – Phonogram (Barra – RJ)
Técnicos – Ari Carvalhaes, Luigi Hoffer e Paulo Sergio
(Chocolate)
Assistente de estúdio – Júlio César

Produção fase 2 – faixas 13 a 15 (Ano 2002)

Gravado e Remixado no R&B Studios
(Barra da Tijuca – Rio de Janeiro)
Engenheiro de Som – Pedro Braconot
Assistentes – Bruno, Marquinho e Verônica
Mixagem – Hyldon e Pedro Braconot
Masterizado por Luigi Hoffer

Dirigido e Produzido por Hyldon (www.hyldon.com.br)
Um Projeto Universal Music/ DpaBrasil
(www.dpabrasil.com.br)
Apoio: Editora Warner Chappell

Ilustração – Clare Andrews
Foto – João Castrioto
Arte-final – José Paulo
Adaptação para CD – Michael Canno



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